Passagens compradas com
antecedência, hotéis reservados e malas feitas. Planejar uma viagem
internacional com toda a antecedência que a prudência recomenda não
garante imunidade a imprevistos. Ver-se de alguma forma sem dinheiro em
um pais estrangeiro não é um contratempo difícil de se imaginar. Prever
deparar-se com a eclosão do maior conflito bélico já visto no mundo, no
entanto, já requer uma capacidade de imaginação bem mais aguçada. Quando
cruzou o Atlântico rumo a Paris em junho de 1914, Oswaldo Cruz
dificilmente imaginava que estaria prestes a viver esses dois episódios.
Acompanhado por dez familiares e parentes - incluindo a mulher,
Emilia, a filha mais velha, Lizeta, com o marido, a sogra e os filhos
Oswaldo Cruz Filho e Walter Oswaldo Cruz -, o cientista deixou o Rio de
Janeiro com a missão de conduzir pesquisas em instituições europeias e
ampliar o leque de cooperações estrangeiras do Instituto Oswaldo Cruz.
“Ele chega a Paris, depara-se com um clima de pré-guerra e não consegue
trocar dinheiro nos bancos. Ele já não tinha dinheiro para mais nada, o
que o deixou preocupado”, afirma a pesquisadora Ana Luce Girão, da Casa
de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).
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