terça-feira, 12 de julho de 2016

Declaração Brasileira Sobre os Arquivos

Nossa memória e nossos direitos
Os arquivos – conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos – desempenham um papel essencial no desenvolvimento do Estado e da sociedade. Os arquivos registram decisões, ações e memórias e por isso constituem um patrimônio valioso, único e insubstituível, transmitido de geração em geração.
Em um país como o Brasil, de dimensões continentais, com grandes diferenças econômicas, sociais e culturais, os arquivos devem alcançar maior visibilidade à população, contribuindo para a construção e exercício da cidadania.
O livre acesso aos arquivos pressupõe a democratização do acesso às informações públicas, garantindo a função social dos arquivos como instrumentos de apoio à gestão pública, à cultura, ao desenvolvimento científico e protegendo os direitos dos cidadãos.
Por isso, como signatários da presente declaração, reconhecemos
  • o caráter singular dos arquivos como evidência autêntica das atividades administrativas, culturais e intelectuais e como reflexo da evolução das sociedades;
  • a diversidade dos arquivos ao registrarem fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época e lugar em todos os âmbitos da atividade humana;
  • o caráter fundamental dos arquivos na gestão pública, no apoio à condução eficiente, responsável e transparente de negócios, na proteção dos direitos dos cidadãos, na fundamentação da memória individual e coletiva e na compreensão do passado, documentação do presente e orientação das ações futuras;
  • a multiplicidade de suportes e formatos em que os documentos são produzidos, incluindo papel, digital, eletrônico, audiovisual, iconográfico, sonoro e outros;
  • o papel dos arquivistas, profissionais qualificados, com formação em Arquivologia, que servem as suas sociedades, apoiando a produção, classificação, avaliação, preservação e conservação dos documentos e os tornam disponíveis para uso;
  • a responsabilidade de todos – cidadãos, gestores e autoridades públicas, proprietários ou detentores de arquivos públicos ou privados, arquivistas e outros profissionais do campo da informação – na gestão de arquivos.
E por isso nos comprometemos
a trabalhar juntos, segundo as capacidades de cada um e fazer todo o possível para que
  • sejam adotadas e aplicadas nacionalmente e no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, políticas e legislação arquivística adequadas, abrangendo os documentos das esferas administrativa, legislativa e jurisdicional;
  • a gestão de arquivos seja valorizada e realizada com competência por todas as organizações da sociedade civil, órgãos públicos e empresas;
  • sejam disponibilizados os recursos necessários para apoiar a adequada gestão dos arquivos, incluindo a contratação de arquivistas e outros profissionais capacitados;
  • sejam criados arquivos públicos nos Estados e Municípios e que estes atuem como espaços de conhecimento e cidadania;
  • sejam criados novos cursos de graduação, que não tenhamos nenhum Estado da Federação sem ofertar a formação do arquivista para a segurança do patrimônio documental, assim como de pós-graduaçãostricto sensu em Arquivologia e a indução de novas linhas de pesquisa em Arquivologia nos programas de pós-graduação que compartilham os mesmos espaços dos cursos de graduação, além é claro de dar conta das atuais necessidades emergentes de educação continuada, de cursos de capacitação profissional, cursos técnicos e na modalidade de educação à distância na área de gestão, preservação e acesso de documentos arquivísticos;
  • os arquivos sejam geridos e conservados de forma a garantir a sua autenticidade, confiabilidade, integridade e uso;
  • os arquivos sejam acessíveis a todos, respeitando a legislação pertinente e os direitos dos indivíduos, produtores, proprietários e usuários;
  • os arquivos sejam utilizados de modo a contribuir para a promoção de uma cidadania responsável.
Deste modo, contribuiremos para o progresso de nossa sociedade.
09 de junho de 2016

Acervo do DEOPS - SP


O Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS-SP) foi criado em 1924, numa época de agitações políticas e crise social, para reprimir e previnir delitos considerados contra a ordem e a segurança do Estado. Até ser extinto em 4 de março de 1983, o DEOPS cresceu de uma simples delegacia até se tornar um dos departamentos mais temidos da polícia civil do Estado de São Paulo. A extinção do DEOPS ocorreu na esteira das eleições diretas para governador e o seu arquivo passou para a guarda da Polícia Federal. A impossibilidade de acesso a documentos que tratavam do desaparecimento e morte de vítimas da Ditadura Militar provocou um amplo debate, envolvendo diferentes setores da sociedade, que resultou na transferência dos arquivos do DEOPS para o Arquivo Público do Estado em 1991.
A vontade política somada à intensa participação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, durante o processo de transferência do acervo do DEOPS, resultaram no livre acesso dos seus documentos ao público, a partir de 1994. O uso das informações de caráter pessoal ficou sob a responsabilidade dos consulentes, por meio da assinatura de um termo de responsabilidade, conforme estabelecido pela Resolução nº 38 de 27 de dezembro de 1994. Assim foi possível conciliar os princípios democráticos de direito à informação, assegurados pela Constituição de 1988, com o resguardo da privacidade e intimidade das pessoas, atendendo também à demanda de pesquisadores, professores, estudantes e jornalistas interessados por penetrar num período sombrio da história recente do nosso país.
O arquivo do DEOPS faz parte do acervo textual público e é formado por aproximadamente 3.5 milhões de documentos, 1.538.000 fichas, 149.917 prontuários e 9.141 “dossiês” de pessoas, partidos políticos, empresas e movimentos sociais de interesse dos órgãos de repressão. O acervo do DEOPS permanece sendo consultado através das fichas remissivas dos 36 fichários metálicos que vieram das suas delegacias especializadas. As fichas estão divididas em três arquivos: o Arquivo Geral, o Arquivo da Delegacia de Ordem Social e o Arquivo da Delegacia de Ordem Política.

Repositório Digital do Arquivo Público de São Paulo


O Arquivo Público do Estado de São Paulo - APESP - disponibiliza em seu Repositório Digital documentos, álbuns, fotografias, periódicos, livros, jornais, revistas, mapas, entre outros. No caso de obras que não sejam de domínio público, a utilização é de responsabilidade exclusiva do usuário e depende da autorização expressa dos detentores dos direitos, ou na forma da Lei de Direito Autoral (Lei 9.610 de 16 de fevereiro de 1998).

Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo

Instituído em 19 de outubro de 1984, por meio do Decreto nº 22.789, o Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP representa o conjunto de arquivos e protocolos dos órgãos e entidades da Administração Estadual, funcionando de forma integrada, de acordo com normas e procedimentos técnicos comuns. O órgão central do Sistema é o Arquivo Público do Estado, por meio de seu Departamento de Gestão do SAESP; os órgãos setoriais são as unidades técnicas de arquivo e protocolo de cada órgão ou entidade da Administração Estadual. Poderão também integrar o SAESP - por meio de convênios ou termo de cooperação técnica - os municípios paulistas, Ministério Público, Defensoria Pública e Procuradoria Geral do Estado, bem como o Legislativo e Judiciário do Estado.


O SAESP tem como objetivos principais:
I - assegurar a proteção e a preservação dos documentos do Poder Público Estadual, tendo em vista o seu valor administrativo e histórico e os interesses da comunidade;
II - harmonizar as diversas fases da administração dos documentos arquivísticos, atendendo às peculiaridades dos órgãos geradores da documentação;
III - facilitar o acesso ao patrimônio arquivístico público de acordo com as necessidades da comunidade.

Mais informações podem ser obtidas no site: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/gestao/sistema

Imigração em São Paulo



Deixo aqui o link para quem deseja obter informações sobre imigrantes no Estado de São Paulo através de seu Arquivo Público. Lá será possível orientar-se dos procedimentos para localização de listas de bordo, como também farto material para historiadores enriquecerem suas pesquisas.

Museu da Pessoa

Nas minhas "andanças" pelo universo internet, achei um site que tem uma proposta muito boa. Vocês podem até argumentar: "Rapaz, é um museu e você é um arquivista! Não é seu objeto de estudo!!". Eu já ouvi isso muitas vezes e faço uma pergunta: "Um arquivista não pode trabalhar ao lado de um museólogo? Não podemos auxiliar na organização de um acervo, sem interferir, apenas acrescentando valores ao trabalho realizado? Interdisciplinaridade, já ouviu algo nesse sentido?". Por isso divulgo aqui este trabalho, muito legal por sinal. Eu lhe convido a conhecê-lo melhor!!


O Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo fundado em São Paulo no ano de 1991. Desde sua origem, tem como seu objetivo registrar, preservar e transformar em informação, histórias de vida de toda e qualquer pessoa da sociedade. Seu acervo conta atualmente com mais de 17 mil depoimentos em áudio, vídeo e texto e cerca de 60 mil fotos e documentos digitalizados.


O Museu da Pessoa acredita que valorizar a diversidade cultural e a história de cada pessoa como patrimônio da humanidade é contribuir para a construção de uma cultura de paz. 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Acesse a Íntegra dos Arquivos Sobre Publicidade da União de 2000 a 2016

Fernando Rodrigues obteve, via Lei de Acesso a Informações, arquivos sobre gastos com publicidade do governo federal de 2000 a 2016. A íntegra e as reportagens feitas com os dados estão aqui:




A seguir, os links com todos os dados fornecidos pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República a respeito de publicidade da União no período de janeiro de 2000 a abril de 2016.
Os números são oficiais e tabulados pelo IAP (Instituto para Acompanhamento da Publicidade), entidade criada em 1997 com finalidade específica de fornecer informações para a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República). O levantamento do IAP é feito com base nos PIs (pedidos de inserção de anúncios) enviados por todos os órgãos e empresas públicas federais aos veículos de comunicação quando é dada a ordem para publicicação de uma propaganda. Esses dados são públicos. Foram fornecidos mediante um pedido formal do UOL/Blog do Fernando Rodrigues com base na Lei de Acesso à Informação.

Oportunidade de Estágio - AGCRJ